quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Brasil - Região Norte

Estados e capitais da Região Norte do Brasil


Estados: Acre (capital  Rio Branco), Amapá (capital Macapá), Amazonas (capital - Manaus), Pará (capital Belém), Rondônia (capital Porto Velho) , Roraima (capital Boa Vista) e Tocantins (capital Palmas). 
Limites: ao sul com Mato grosso, Goiás e a Bolívia, ao norte faz divisa com Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, ao leste com Maranhão Piauí e Bahia e a oeste com Peru e Colômbia.
Área total: 3.869.637 km²
Número de municípios: 450 (2013)
População (2013):  16.983.485 habitantes
Densidade demográfica (2013): 4,4 hab./km²
Maiores cidades (Habitantes/2000):  Manaus (1.403.796); Belém (1.279.861); Ananindeua-PA (392.947); Porto Velho (314.525); Macapá (282.745); Santarém-PA (262.721); Rio Branco (252.885); Boa Vista (200.383); Palmas (137.045).
Mortalidade infantil (por mil): 19,8 (2012)
Analfabetismo: 9,5% (2013)

Relevo:

Dividido em três partes:
Planícies e Terras Baixas Amazônicas: pequena margem do Rio Amazonas e alguns trechos em partes elevadas, dividida em três subgrupos:
Igapós:  partes mais baixas inundadas pela cheia do Rio Amazonas;
Tesos ou terraços fluviais (Várzeas): altitudes menores que 30 metros inundadas pelas cheias mais fortes;
Terra firme: até 350m de altitude livre das inundações, composição do terreno é de arenito.


Planalto das Guianas: constituído por terrenos cristalinos que vão do Brasil até a Venezuela e as Guianas. Na fronteira desses países encontra-se a Região Serrana, onde está localizada a Serra do Imeri, Parima, Pacaraima, Acaraí e Tumucumaque. Na Serra do Imeri, na região norte do estado do Amazonas encontramos o pico mais alto do Brasil, o Pico da Neblina.
Planalto central: na parte sul da região, abrangendo o estado do Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. Constituído por terrenos cristalinos e sedimentos antigos, sendo mais elevado ao sul e no Tocantins.

Clima




O clima da Região Norte é o equatorial (úmido). Temperaturas elevadas durante o ano todo, com baixa amplitude térmica, com exceção de algumas localidades de Roraima e Acre onde ocorre o fenômeno La Niña, que permite que massas de ar frio vindas do oceano Atlântico entrem na região pelo Mato Grosso até chegar nesses estados, abaixando sua temperatura. Isso ocorre porque o calor da Amazônia permite que exista uma área de baixa latitude que atrai massa polar. As chuvas são constantes com um período de estiagem de junho a novembro. As maiores incidência de chuvas são nas áreas do litoral do Amapá, foz do Rio Amazonas e algumas partes da Amazônia Ocidental. As chuvas de convecção ou de “hora certa” são características da região.

Vegetação

Floresta Amazônica - maior ecossistema do mundo -  equivale a mais de um terço das reservas florestais do mundo.Características: árvores grandes e largas (espécies latifoliadas), próximas uma das outras e unidas por cipós e epífitas (vegetais que se apoiam em outros). 


O clima quente e chuvoso favorece o crescimento de plantas e a reprodução de animais durante todo o ano, fazendo com que a floresta Amazônia possua a flora mais variada do planeta. Próximo aos rios, onde a inundação é permanente a vegetação é mais baixa chamada de mata de igapó. Nas chamadas mata de Várzea onde a inundação não é permanente começam a surgir árvores mais altas. Sem considerar a devastação, a floresta Amazônica ocupa mais de 90% da Região Norte. Na ilha de Marajó, a maior ilha de água fluviomarinha do mundo, e no vale do Rio Amazonas encontramos às formações rasteiras de Campos da Hileia que, nos períodos de cheias dos rios, ficam inundadas. Já em Tocantins, Rondônia e Roraima existem grandes extensões de cerrado.
Exemplos de espécies da flora da Floresta Amazônica: vitória-régia, seringueira, aninga, bromeliácea, caucho, guaraná, castanheiro, sapucaia, 


Exemplos de espécies da fauna da Floresta Amazônica: onça pintada, capivara, arara-vermelha, quati, uirapuru, jacaré-açú, cobra sucuri, tartatuga-da-amazônia, harpia, anacã, preguiça real, irará, mico-de-cheiro, macaco uacari (cacajao), sagui-imperador, tatu-galinha, macaco barrigudo, ariranha, jaguatirica, tucano-de-bico-preto,


Animais da região Norte ameaçados de extinção: peixe-boi, onça-pintada, tamanduá-bandeira, ararajuba, sauim-de-coleira, macaco-aranha, gato-maracajá, macaco-de-cheiro.


Hidrografia


As bacias hidrográficas da região Norte são: Amazônica; Tocantins-Araguaia; e Atlântico trecho Norte. Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Balbinos, de Samuel, Santarém, Tucuruí e São Felix.

Bacias HidrográficasÁrea (km²)Chuva Média (mm/ano)Vazão Média (m³/s)
Amazônica6.112.0002.460209.000
Tocantins-Araguaia757.0001.66011.800
Atlântico trecho Norte76.0002.9503.360
Quadro 1: Dados hidrológico das bacias da região Norte. Adaptado de Cunha, S. B. da.Bacias Hidrográficas. In: Cunha, S. B. da.; Guerra, A. J. T. (orgs.). Geomorfologia do Brasil. 5ªed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

Bacia Amazônica: maior bacia hidrográfica do mundo, formada pelo rio Amazonas (maior rio em extensão e volume) e seus afluentes. Engloba os Estados do Amazonas, Rondônia, Ace, Roraima e uma parcela dos estados do Pará, Mato Grosso e Amapá no Brasil e se estende por mais seis países: Bolívia, Peru, Guiana Frances, Guiana, Colômbia e Venezuela.. Por causa da sua grande extensão, o rio Amazonas (nasce no Peru) possui três portos, um deles está localizado em Manaus, capital do Amazonas. Possuí cerca de 23 mil quilômetros de rios navegáveis. Fazem parte desta bacia diversos afluentes do rio Amazonas como, por exemplo, rio Negro, Solimões, Branco, Juruá, Xingu, Japurá, entre outros. Na foz do rio Amazonas acontece um fenômeno natural chamado pororoca, uma onda contínua de até cinco metros formada na subida da maré. 


Bacia do Tocantins- Araguai: estabelecida na Região Norte e Centro-Oeste engloba os Estados de Goiás e Tocantins. Principais rios são o Tocantins e o Araguaia, que se unem na extremidade norte da Bacia, formando o Baixo Tocantins que deságua no Rio Pará. No rio Tocantins está instalada a usina hidrelétrica, a Tucuruí a maior da região e 2ª do país (a maior inteiramente nacional, já que Itaipú, no Paraná, é binacional - Brasil/Paraguai). 


Bacia do Atlântico trecho Norte: engloba os Estados do Amapá e Pará. 

Reservas Indígenas e poluição:

As 26 unidades de conservação da região, compreendem apenas 3,2% da Amazônia, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Devido à inexistência de fiscalização, essas áreas são alvo de queimadas. Entre 1997 e 1998, aumenta em 27% a parcela da Amazônia Legal devastada por essa prática, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Dos 4 milhões de km² de floresta original, 13,3% jão não existem mais. Pará, Rondônia e Acre são os estados que mais contribuem para o aumento desse índice. Além de afetar a fauna e a flora, as queimadas prejudicam a vida dos milhares de índios que ainda habitam a região. De acordo com a FUNAI, são cerca de 164 mil índios de diferentes etnias. A maior é a dos ianomâmis, com 9 mil representantes. 


A Região Norte detém 81,5% das áreas indígenas protegidas por lei - o Amazonas possui a maior extensão dessas terras (35,7%). A influência desses povos nativos se faz presente na culinária e na festa do Bumba-Meu-Boi de Parintins (AM). Junto com o Círio de Nazaré, que acontece em Belém (PA), é uma das festas regionais mais conhecidas. A biodiversidade e os habitantes do Norte, sofrem ainda outro grave problema: a poluição dos rios pelo mercúrio, que contamina populações ribeirinhas. Alguns cientistas crêem que o mercúrio detectado não seja consequência apenas da ação do homem no garimpo de ouro, mas que ele também esteja sedimentado em solos da região.

População:

É a maior região territorial do Brasil, possui os dois maiores estados - Amazonas e Pará e as cidades de Altamira, Barcelos e São Gabriel são as maiores cidades do país em área territorial, tendo cada uma, mais de 100.000 km², sendo maiores que os estados de Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Alagoas juntos. Apesar de ser a maior região do Brasil, é a menos povoada, supera somente o Centro-Oeste (14.058.094 habitantes). A população absoluta da Região Norte responde por cerca de 8% do total do país, somando 15.864.454 habitantes, conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado mais populoso é o Pará, com 7.581.051 habitantes, e Roraima o menos populoso 450.479 habitantes. Devido aos diversos vazios demográficos a região apresenta uma população relativa de aproximadamente 4,1 hab/km². 

Grande parte da população se encontra distribuída nos centros urbanos, em cerca de 500 municípios dispersos por toda região. Há concentração urbana e rural nas margens de rios (população ribeirinha), como as cidades de Belém, Manaus, Porto Velho, Santarém, entre outras. A concentração ribeirinha é decorrente da falta de vias de transporte ferroviário e rodoviário, assim a população utiliza como principal meio de deslocamento as embarcações fluviais. Um dos principais problemas enfrentados pela população é o desprovimento dos serviços de saneamento básico e coleta de lixo.

O povo do Norte é descendente de índios, portugueses, além dos migrantes oriundos de outras regiões brasileiras, como do Sudeste e do Sul. A população da Região Norte segundo a cor/raça está dividida em pardos (69,2%), brancos (23,9%), negros (6,2%) e índios e amarelos (0,7%).


Cultura: Danças típicas (marujada, carimbó, cirandas), Festival Folclórico de Parintins, festa religiosa do Cirio de Nazaré (Belém). Na culinária é forte a influência indígena. Os pratos típicos que se destacam são pirarucu de casaca, tacaca, açai, pato no tucupi e maniçoba.

Transportes:


Os transportes rodoviários são problemáticos, em razão das grandes distâncias e rodovias insuficientes e mal conservadas, com poucas exceções. No período das chuvas, as estradas ficam intransitáveis. Um exemplo de mal gasto do dinheiro público e prejuízos ao meio ambiente foi a construção da Transamazônica, até hoje não concluída, embora iniciada sua construção há mais de 30 anos. O transporte aéreo é razoável, com bons aeroportos em Manaus e Belém. Manaus é hoje o 3° maior centro movimentador de cargas aéreas do país, após São Paulo e Rio de Janeiro, em razão justamente da distância e dos problemas do transporte rodoviário. 


Existe algum aproveitamento no transporte fluvial de cargas e passageiros, nem sempre com barcas adequadas e frequentemente acontecem acidentes.

Economia:

A economia da região baseia-se nas atividades industriais, extrativismo mineral e vegetal, agricultura, pecuária e o turismo.
Extrativismo: de produtos como o látex, açaí, madeiras, castanha e minérios. A Serra dos Carajás (PA), é a mais importante área de mineração do pais, produtora de grande parte do minério de ferro exportado, e a Serra do Navio (AP), rica em manganês. A extração mineral, porém, praticada sem os cuidados adequados, contribui para a destruição ambiental.


Indústria:  destaca-se o Pólo Industrial de Manaus, na cidade de Manaus-AM. Nesta região há grande produção de eletrônicos, relógios, eletrodomésticos e suprimentos de informática.


Agricultura (principais produtos agrícolas): soja (crescimento expressivo nos últimos anos), guaraná, arroz, mandioca, cacau, maracujá e cupuaçú.

Pecuária: bufalina em Roraima e na Ilha de Marajó.


Turismo: A beleza natural da Floresta Amazônica (fauna, flora, cachoeiras, corredeiras, rios) tem atraído cada vez mais turistas do Brasil e de vários países do mundo. Além do ecoturismo, existem festas e pontos turísticos importantes: Mercado Ver-o-Peso (Belém), Museu Paraense Emilio Goeldi, Teatro da Paz (Belém), Teatro Amazonas (Manaus).

Referências:
www.estadosecapitaisdobrasil.com
http://rachacuca.com.br/ (questões de vestibular e ENEM na aba educação)
www.aneel.gov.br
http://ambientes.ambientebrasil.com.br

domingo, 11 de janeiro de 2015

Brasil - Aspectos geopolíticos

Mapa 3 : Conflitos na América do Sul

Quadro 2 : Conflitos na América do Sul

Brasil X Paraguai

Itaipu
Usina Hidrelétrica de Itaipu: empreendimento arquitetônico com finalidade de obtenção de energia elétrica, essa construção partiu de um acordo entre Brasil e Paraguai. A fonte hídrica que proporciona a movimentação das turbinas é o Rio Paraná. Essa é a maior usina hidrelétrica do mundo, em  potência. A energia gerada na usina é dividida entre Brasil e Paraguai, a parte que cabe ao Brasil responde por 24% de toda energia produzida no país. A distribuição da parcela pertencente ao Brasil é realizada pela Empresa Furnas Centrais Elétricas S.A. O processo de negociação entre Brasil e Paraguai ocorreu na década de 60, quando decidiram analisar a possibilidade de implantação de uma usina hidrelétrica para usufruir de todo potencial hídrico da região. 


Em 1970, foi realizada uma licitação internacional para a construção, o  vencedor foi o consórcio composto pelas empresas norte-americanas IECO e a Italiana ELC. A obra iniciou em fevereiro de 1971 e em 26 de abril de 1973 Brasil e Paraguai assinaram  o Tratado de Itaipu que tornava lícito o aproveitamento e construção de tal empreendimento no rio Paraná. Em 17 de maio de 1974 , foi instaurada uma entidade binacional em Itaipu para monitorar o projeto de construção. A construção concreta da obra aconteceu em janeiro de 1975. O represamento das águas do rio Paraná ocorreu em 12 de outubro de 1982, quando foram fechadas as comportas, as operações tiveram início em 5 de maio de 1984. Atualmente, a energia produzida na hidrelétrica responde por 20% de toda energia consumida no Brasil. O acordo firmado entre Brasil e Paraguai prevê que o excedente de produção de um dos sócios deveria ser negociado preferencialmente a um dos executores do projeto, ou seja, um dos países em questão. Toda a energia gerada na Usina Hidrelétrica de Itaipu é dividida em duas partes equivalentes. O Paraguai consome somente 5% do total da energia que lhe cabe, os 45% restantes são negociados a preço de custo com o Brasil, para cumprimento do acordo firmado.


O ex-bispo católico Fernando Lugo lançou-se como candidato ao cargo de presidente do Paraguai, a base de suas propostas foi justamente o valor que o Brasil paga ao Paraguai pela energia. No dia 20 de abril de 2008, Lugo foi eleito presidente e desde então já conduz medidas ofensivas que visam a uma nova negociação com o Brasil para estipular preços de mercado na venda da energia elétrica. Segundo Lugo, as discussões serão realizadas entre as duas nações, no entanto, se não obter êxito, terá que apelar para todos os procedimentos jurídicos em níveis locais, regionais e internacionais, tomando como exemplo o caso do Canal do Panamá em que houve alterações no acordo firmado entre o Panamá e os Estados Unidos. Diante das reivindicações paraguaias, o Presidente Lula declarou que “não existe temas proibidos na relação entre os dois países, porém uma negociação nesse sentido está fora de cogitação”. O Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) defende a permanência dos preços praticados por vários motivos, especialmente pelo fato de que o Paraguai contraiu dívidas para a construção da usina, uma vez que esse país entrou com apenas 50 milhões de dólares e o custo total foi de 12 bilhões de dólares, além disso, o recurso paraguaio foi financiado pelo Banco do Brasil, em suma, existem dívidas a serem sanadas.

Brasiguaios

Brasiguaios: brasileiros e seus descendentes que moram na fronteira do Brasil com o Paraguai. Existem por volta de 350 mil brasiguaios, a maioria vive da produção agrícola.
Anos 70: a imigração de brasileiros para o Paraguai intensificou-se devido à construção da hidrelétrica de Itaipu. Motivos: a construção da hidrelétrica precisou-se de muitos homens (cerca de 40 mil), alguns se fixaram levando em conta que o preço de terras no Paraguai era mais barato que no Brasil; com a construção da hidrelétrica, alguns agricultores, na maioria do estado do Paraná, tiveram suas propriedades invadidas pelo espelho d’água da barragem e receberam indenizações insuficientes para a compra de novas terras no Brasil acabando por comprá-las no território paraguaio. O grande incentivo foi que em 1967, o governo paraguaio abolira uma lei que proibia a compra por estrangeiros de terras na faixa de 150 quilômetros de suas fronteiras, facilitando assim a migração de vários brasileiros.

Image

Os brasiguaios elevaram o crescimento econômico da região, porém isso acarretou um sentimento nacionalista e xenófobo entre os paraguaios. Os carperos (sem-terra paraguaios), defendem a revisão dos títulos das propriedades rurais adquiridas pelos brasiguaios nos últimos 40 anos. O processo envolveria cerca de 10 mil produtores rurais brasileiros que possuem terras na região. Para os carperos, as fazendas foram adquiridas ilegalmente, eles alegam que, anteriormente, os terrenos seriam usados para fins de reforma agrária.

Amazônia Legal

A região norte da América do Sul abriga um dos biomas mais ricos em diversidade biológica do mundo: a Floresta Amazônica. Ele abrange 9 países incluindo o Brasil que abriga cerca de 85% dessa riqueza. No Brasil, para fins administrativos e de planejamento econômico foi instituída a chamada “Amazônia Legal” que engloba os estados: Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, em sua totalidade e parte dos Estados do Maranhão (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-Oeste). 

A Amazônia Legal, instituída em 1953 pela Lei N.º1.806, tem uma área de 5.217.423 km², 61% do território brasileiro e, no entanto, abriga apenas 11,93% da população do país (1996). Os Estados mais expressivos da Amazônia Legal são o Amazonas e o Pará que, juntos respondem por mais de 55% do território total da região. A Lei N.º1.806 criava a SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, e anexava ao seu território o Estado do Maranhão, Goiás e Mato Grosso, passando a região a ser chamada de “Amazônia Legal”, não por características morfogeológicas ou de vegetação, mas apenas, para facilitar o planejamento econômico na região e sua integração ao restante do país. Em 1966 foi aprovada uma nova lei, a N.º 5.173 que extinguiu a SPVEA e criou a SUDAM – Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia que foi extinta em 2001 após diversas denúncias e problemas envolvendo sua administração. Em substituição a SUDAM foi criada a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) no mesmo ano. E, por fim, em janeiro de 2008, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva recriou a SUDAM extinguindo a ADA.


As principais atividades econômicas da região da Amazônia Legal são: extrativismo vegetal, pecuária e agricultura. Em algumas regiões da Amazônia Legal temos também o desenvolvimento de atividades industriais como a atividade de transformação de minerais no Pará com a transformação do alumínio e, ainda, a famosa “Zona Franca de Manaus”, uma região onde a economia se baseia na atividade de indústrias pesadas e eletroeletrônicas devido à política de isenção fiscal instituída em 1967 pelo Decreto-Lei N.º 288.
A região da Amazônia Legal ainda abrange grande parte de florestas tropicais, além de outros tipos de vegetações. Sua população engloba brancos, negros e índios, dos quais alguns ainda vivem em tribos espalhadas pelas regiões de reserva, como os Ianomâmi, Maku, Assurini e outros. A ocupação e o povoamento da Amazônia resultam de um longo processo histórico que se iniciou com a colonização e foi marcado por inúmeros conflitos entre os povos indígenas e os exploradores.

[frutas+do+Amazonas.jpg]

O modo de vida dos povos da Amazônia, no passado, estava fundamentado na coleta florestal, na pesca e na agricultura de subsistência. A exploração dos recursos naturais era limitada, proporcionando a sua reposição permanente. O ecossistema conservava as suas características básicas, as densidades demográficas eram baixas e a economia estava baseada nas técnicas tradicionais. A exploração da borracha foi a principal atividade econômica desenvolvida na Amazônia, entre 1870 e 1910 (fim do Império e início da República). O Brasil foi o maior fornecedor de látex, extraído da seringueira (Hevea brasiliensis), nativa da floresta Amazônica. No período entre 1870 e 1910, as cidades de Manaus e Belém tiveram grande crescimento, porque passaram a ser ponto de circulação de pessoas, produtos de consumo, material de construção e da borracha.


A área de maior produção de borracha estava localizada entre o Brasil e a Bolívia, onde cerca de 500 mil seringueiros brasileiros, principalmente nordestinos, exploravam o látex no meio da floresta e muitos avançaram sobre uma grande parte da Bolívia. Com a instalação de brasileiros em território boliviano, o governo propôs a compra dessa área, pagando uma parte em dinheiro e assumindo o compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré. Assim, a Bolívia, país que não é banhado por mar, teria uma saída para o oceano Atlântico, O acordo foi assinado em 1903 e a área é o atual estado do Acre. O território do Acre foi incorporado definitivamente ao Brasil em 1904. A riqueza da borracha impeliu brasileiros contra bolivianos e peruanos. Além do crescimento da Amazônia, a exploração da borracha contribuiu para aumentar a área territorial do Brasil. No início do século XX, o Reino Unido começou a produzir látex no Sudeste Asiático, por meio do cultivo dos seringais, e a produção brasileira entrou em decadência. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a exploração da borracha na Amazônia foi reativada para abastecer os países aliados, porque a tradicional região produtora, o Sudeste Asiático, estava em disputa pelo imperialismo japonês, um dos países do Eixo.

Brasil x Bolívia

O Brasil importa 24 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia (50% do gás nacional). A Bolívia é fortemente dependente da exportação de gás natural, sendo o Brasil seu principal mercado consumidor. O decreto de nacionalização de 1º de maio de 2006, fez gerar uma onda de crises entre o Brasil e a Bolívia. A Bolívia quer alterar o regime das empresas privatizadas e das companhias que ganharam concessões para explorar o gás natural, como a Petrobras (tem participação de 35% nos dois principais campos de gás do país, San Alberto e San Antonio). A ideia do governo boliviano é a de transformação das empresas em executoras de um serviço para a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos). 


Com um eventual rompimento entre o Brasil e a Bolívia, para os bolivianos restaria apenas como opções de grandes consumidores do gás boliviano, o Chile ou os EUA, ambas as possibilidades aparecem como econômica e politicamente problemáticas para o país. Declaração feita pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, dizendo que não se submeterá aos desejos da Petrobras, e que segue vigente o prazo que vence no final de outubro para que as multinacionais assinem novos contratos caso desejam permanecer no país. Afirmou que a medida foi “temporariamente suspensa” para gerar “condições propicias à negociação”, mas não cancelada. Tal declaração agrava ainda mais a crise entre os dois países.

Referências:
http://multimidia.brasil.gov.br/
http://www.defesanet.com.br/
http://www.sudam.gov.br/
http://www.atitudessustentaveis.com.br/


domingo, 4 de janeiro de 2015

Brasil - Aspectos econômicos

As  áreas  de agricultura,  indústria  e serviços são  bem desenvolvidas no país.  O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo (dados de 2012). O Brasil possui uma economia aberta e inserida no processo de globalização.

Informações, índices e dados da economia brasileira

Moeda: Real (símbolo R$)
PIB de 2013 (Produto Interno Bruto): R$ 4,84 trilhões ou US$ 2,07 trilhões* taxa de câmbio usada US$ 1,00 = R$ 2,33 (em 27/02/2014)


Renda per Capita de 2013 (PIB per capita): R$ 24.065 ou US$ 10.328 * taxa de câmbio usada US$ 1,00 = R$ 2,33 (em 27/02/2014)
Taxa de desemprego: 7,1% da população economicamente ativa (1º trimestre de 2014) e 7,1% (taxa média anual de 2013).
Salário Mínimo Nacional: R$ 724,00 (a partir de 1º de janeiro de 2014).
Dívida Externa: US$ 318 bilhões (US$ 83 bilhões do setor público e US$ 235 bilhões do setor privado) - dados relativos a março de 2013.

Comércio Exterior:

Exportações: US$ 240,15 bilhões (2013) - queda de 1% em relação ao ano anterior.
Importações: US$ 237,64 bilhões (2013) - aumento de 6,5% em relação ao ano anterior.
Saldo da balança comercial (2013): US$ 2,51 bilhões (superávit) - Queda em relação ao ano de 2012: 87%
Países que o Brasil mais importou (2013): Estados Unidos , China, Argentina e Alemanha
Países que o Brasil mais exportou (2013): China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Japão
Principais produtos exportados pelo Brasil (2013): minério de ferro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e derivados; automóveis; açúcar de cana; aviões; carne bovina; café e carne de frango.
Principais produtos importados pelo Brasil (2013): petróleo bruto; circuitos eletrônicos; transmissores/receptores; peças para veículos, medicamentos; automóveis, óleos combustíveis; gás natural, equipamentos elétricos e motores para aviação.
Organizações comerciais que o Brasil pertence: Mercosul, Unasul e OMC (Organização Mundial de Comércio)

Tipos de energia consumida no Brasil (dados de 2011):



- Petróleo e derivados: 37,7%
- Hidráulica: 14,1%
- Gás natural: 10,3%
- Carvão Mineral: 5,2%
- Biomassa: 21,2%
- Lenha: 9,5%
- Nuclear: 1,4%
- Eólica: 0,5%

Agropecuária 



Desenvolvida no espaço rural, em áreas ocupadas pelo setor primário da economia, no qual se destacam a agricultura, a pecuária e as atividades extrativistas.Sua finalidade principal é atender ao mercado de alimentos e de matéria-prima. 


Principais produtos agrícolas produzidos: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, tabaco, milho, mate.
Principais produtos da pecuária: carne bovina, carne de frango, carne suína

Extrativismo

É a retirada de recursos do meio ambiente, como metais, rochas, petróleo, gás natural, vegetais ...  O extrativismo foi a primeira atividade econômica realizada no Brasil, através da exploração do pau-brasil pelos colonizadores portugueses. Dessa árvore é extraído um pigmento avermelhado, utilizado no tingimento de tecidos. 
Apesar de muito importante para a sobrevivência do homem e para o desenvolvimento econômico, o extrativismo pode desencadear vários problemas socioambientais: redução da biodiversidade, extinção de espécies animais e vegetais, poluição, modificações do solo, etc.Tipos de extrativismo:
Extrativismo vegetal: consiste na retirada de recursos de origem vegetal. Na Região Norte é comum o extrativismo de madeiras, castanhas, açaí e látex (que é uma seiva extraída da seringueira),  utilizado para a fabricação de borracha.

Extrativismo mineral: é a exploração de recursos minerais do subsolo, como o ouro, manganês, diamante, bauxita, minério de ferro, água mineral, petróleo, cobre, cobalto, urânio, prata, entre tantos outros.


Extrativismo animal: é a captura de animais, como a caça (ilegal no Brasil, exceto para as comunidades indígenas) e a pesca, devendo obedecer a determinadas regras – período de reprodução dos peixes e peso. 


Serviços


Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados à empresas, transporte de cargas, limpeza predial e domiciliar, informática, transportes aéreos e alimentação.

Indústria

Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos básicos, máquinas e equipamentos, produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.



Distribuição espacial das indústrias: a atividade industrial, está concentrada no Sudeste brasileiro, porém vem se distribuindo entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil esta passando por um processo de descentralização industrial que vem ocorrendo intra - regionalmente e entre regiões. Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista para o interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Áreas que oferecem: incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e melhor qualidade de vida (por tratarem-se de cidades-médias).Este processo vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra- estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Há também o movimento de indústrias  tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste pela mão-de-obra barata. 

Referências:
http://seer.sct.embrapa.br/
http://www.coladaweb.com
www.ibge.gov.br
www.brasil.gov.br


Brasil - Aspectos humanos

Demografia do Brasil 



São os estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território brasileiro. 
Número de habitantes: 202.768.562  (estimativa do IBGE, 2014).
Quinta nação mais populosa do planeta
Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960.
Número de habitantes em 1940: 41.236.315 
Número de habitantes em 1950: 51.944.397 
Número de habitantes em 1960: 70.070.457 
Número de habitantes em 1970: 93.139.037 
Número de habitantes em 1980: 119.002.706 
Número de habitantes em 1991: 146.825.475 
Sobrenome mais popular: Souza ou Sousa, seguido de Silva.

Em 34 anos, a população dobrou em relação aos 90 milhões de habitantes da década de 1970. Entre 2000 e 2004, aumentou em 10 milhões de pessoas. Em 2050, seremos 259,8/260 milhões e nossa expectativa de vida, ao nascer, será de 81,3 anos, a mesma dos japoneses, hoje.


O envelhecimento da população está se acentuando: 
Em 2000  - o grupo de 0 a 14 anos representava 30% da população, os maiores de 65 anos eram 5%; Em 2050 - os dois grupos se igualarão em 18%;
Em 2039 -  vai começar a declinar (pela Revisão 2008 da Projeção de População do IBGE).
A diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda maior.

Distribuição populacional do Brasil:

Densidade demográfica: 22,43 hab./km²4 — inferior à média do planeta e bem menor que a de países intensamente povoados, como a Bélgica (342 hab./km²) e o Japão (337 hab./km²).



A distribuição populacional é desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas (do Sudeste e da Zona da Mata nordestina) além da região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.



Taxa de natalidade: sensível diminuição nos últimos anos, devido ao aumento da população urbana — já que a natalidade é bem menor nas cidades, em consequência da progressiva integração da mulher no mercado de trabalho — e da difusão do controle de natalidade.



Taxa de mortalidade: elevada (comum em países subdesenvolvidos) enquadrando-se entre as nações mais vitimadas por moléstias infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo desenvolvido.Desde 1940, a taxa de mortalidade vem caindo, reflexo de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar.



Taxa de mortalidade infantil: 21,17 mortes em cada 1.000 nascimentos (estimativa para 2010). No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e as camadas populacionais. Norte e o Nordeste têm os maiores índices de mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população de maiores redimentos, sendo provocada sobretudo por fatores endógenos. Já a população brasileira de menor renda apresenta as características típicas da mortalidade infantil tardia.


Crescimento vegetativo: a população de uma localidade qualquer aumenta em função das migrações e do crescimento vegetativo. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migrações para o aumento populacional. Assim, como esse aumento é alto, conclui-se que o Brasil apresenta alto crescimento vegetativo, a despeito das altas taxas de mortalidade, sobretudo infantil. A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de uma taxa bruta de natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰ — ou seja 6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento vegetativo anual médio de 1,24%.

Evolução demográfica do Brasil



Expectativa de vida: 76 anos para os homens e 78 para as mulheres (2010). Distante das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas  não alcança o patamar das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 80 anos (Noruega, Suécia e outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida.

Taxa de fecundidade: a taxa média de fecundidade no Brasil era de 1,94 filho por mulher em 2009, semelhante à dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada ao nível sócio-econômico desses segmentos populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre outros fatores.



Variações regionais: 
Sudeste - 1,75 filho por mulher (menor taxa do país)
Sul - 1,92 filho por mulher
Centro-Oeste - 1,93 filho por mulher
Nordeste -  2,04 filhos por mulher (ainda abaixo da taxa de reposição populacional e semelhante à de alguns países desenvolvidos)
Norte - 2,51 filhos por mulher (maior taxa ainda assim abaixo da média mundial)

Composição por sexo



A razão de sexo no país é de 96 homens para cada grupo de 100 mulheres (2008). Até os 60 anos de idade, há um equilíbrio quantitativo entre homens e mulheres, acentuando-se a partir desta faixa etária o predomínio feminino. Esse fato pode ser explicado por uma longevidade maior da mulher, ao fato de ela ser menos atingida por moléstias cardiovasculares, causa frequente de morte após os 40 anos. O número de mulheres, na população rural brasileira, pode-se dizer que no Nordeste, por ser uma região de repulsão populacional, há o predomínio da população feminina. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste predomina a população masculina, atraída pelas atividades econômicas primárias, como o extrativismo vegetal, a pecuária e, sobretudo, a mineração. O número de mulheres, na população rural brasileira, também tende a ser menor, já que as cidades oferecem melhores condições sociais e de trabalho à população feminina.

Rede urbana
Sistema de hierarquização urbana, no qual várias cidades se submetem a uma maior, que comanda esse espaço. Em cada nível, as maiores polarizam as menores. O IBGE classifica a rede urbana brasileira de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades são:
Metrópoles globais: suas áreas de influência ultrapassam as fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. São metrópoles globais São Paulo e Rio de Janeiro.


Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo

Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão territorial, e exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador.


Maiores Regiões Metropolitanas
Cidades conurbadas
População total
Grande São Paulo
38
17 091 863
Grande Rio de Janeiro
13
10 367 169
Grande Belo Horizonte
18
3 962 474
Grande Porto Alegre
22
3 342 177
Grande Recife
12
3 166 191
Grande Salvador
10
2 801 799
Grande Fortaleza
8
2 707 842
Grande Curitiba
14
2 571 119
Grande Belém
2
1 656 932

Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis:
Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís, Teresina e Vitória
Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Poços de Caldas, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista
Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra Mansa


Áreas metropolitanas: são definidas pela legislação em quatro tipos. Há região metropolitana (criadas por lei complementar estadual), de território intraestadual, e a região integrada de desenvolvimento econômico (criadas por lei complementar federal), de território interestadual; há também a aglomeração urbana e a microrregião, estas também restritas aos limites estaduais e criadas por legislação estadual. Atualmente são 46 RM e três RIDE, e quatro AU.


Religiões no Brasil

O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões. A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado oficialmente laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa.Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o número de membros tanto da Igreja Católica quanto das religiões afro-brasileiras. Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último censo realizado.


Cristã: 89%, sendo sua maior parte católica (70%).Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. 
Igrejas protestantes: pentecostais, episcopais, metodistas, luteranas e batistas. Há mais de um milhão Espíritas ou kardecistas: um milhão e meio.
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Judeus, muçulmanos, budistas, neopagãos e seguidores do Candomblé e da Umbanda são minoria.
Sem religião: 7,4% da população (cerca de 12,5 milhões de pessoas) declarou-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.

Idioma

Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.O português é a língua materna de 98% dos brasileiros Há um expressivo número de falantes de línguas imigrantes como o alemão (zonas rurais do Brasil meridional) sendo o dialeto hunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas; o italiano em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo o dialeto talian o mais usado;  e o japonês, entre outros.

Grupos étnico-raciais

A população atual do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua formação diversos povos e etnias. Atualmente, o IBGE utiliza para fins censitários 5 categorias no Brasil, baseado na raça e cor da pele: branco, indígenas, preto, pardo e amarelo.Censo de 2010:
Brancos: 47,51%
Pardos (multirraciais): 43,42%
Pretos: 7,52%
Amarelos (asiáticos): 1,1%
Indígenas (ameríndios): 0,42%
Sem declaração: 0,02%
De forma geral, a população brasileira foi formada por cinco grandes ondas migratórias:
Indígenas (autóctones do Brasil):são descendentes de grupos humanos que migraram da Sibéria, atravessando o Estreito de Bering, aproximadamente 9.000 a.C.Os principais grupos indígenas, de acordo com sua origem linguística, eram os tupi-guarani, jê ou tapuia, aruaque ou maipuré e caraíba ou caribes. A população indígena original do Brasil (entre 3-5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Os mamelucos (ou caboclos, mestiços de branco com índio) se multiplicavam às centenas pela colônia.



Portugueses: chegaram para explorar a colônia desde a sua descoberta, em 1500, até a sua independência, em 1822. Nos primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de 100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte vieram 600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A primeira região a ser colonizada pelos portugueses foi o Nordeste. Pouco mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral do Sudeste. O interior do Brasil só foi colonizado no século XVIII. Os portugueses foram o único grupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à ação dos bandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII.



Africanos: trazidos na forma de escravos para servirem de mão-de-obra escrava. Começaram a ser trazidos para a colônia na década de 1530, para suprir a falta de mão-de-obra. Inicialmente, chegaram escravos de Guiné. A partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era trazida de Angola e, em menor medida, de Moçambique. Na Bahia, os escravos eram majoritariamente oriundos do Golfo de Benin (atual Nigéria). Até o fim do tráfico negreiro, em 1850, entre 3-5 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil- 37% de todo o tráfico negreiro efetuado entre a África e a América.


Diversos grupos de imigrantes (principalmente da Europa): os quais chegaram entre o final do século XIX e início do século XX.


Imigrações recentes: de diversas partes do mundo, sobretudo Ásia e Oriente Médio.

Movimentos populacionais

Imigração




Política migratória externa, dividida em duas fases : a primeira, de estímulo à imigração, principalmente após a abolição da escravatura, em 1888, visando a substituição da mão-de-obra escrava na lavoura cafeeira; a segunda, de controle à imigração, a partir de 1934, no governo Vargas, devido à crise econômica internacional da década de 1930. O afluxo de imigrantes para o Brasil pode ser dividido em três períodos principais.
Primeiro período (de 1808 a 1850): chegada da família real, em 1808, o que ocasionou a vinda dos primeiros casais de imigrantes açorianos (imigração pequena).
Segundo período (de 1850 a 1930): proibição do mercado de escravos. Em 1888, com a abolição da escravidão, estimulou-se o fluxo imigratório.
Terceiro período (de 1930 até os dias de hoje): é caracterizado por uma sensível redução na imigração, devido à crise econômica de 1929 (quebra da bolsa de valores de Nova Iorque) que abalou a cafeicultura brasileira; e a criação da lei sobre imigração, através da Constituição de 1934 que restringia a entrada de imigrantes, estipulando que, anualmente não poderia entrar no país mais que 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos 50 anos. Determinava ainda que 80% dos imigrantes deveriam dedicar-se à agricultura, além de estabelecer uma discutível e discriminatória "seleção ideológica", ou seja, conforme as ideias políticas que professava, o imigrante poderia ou não entrar no país. Segunda Guerra Mundial, intensificaram-se as migrações internas. Mineiros e nordestinos, principalmente, dirigiram-se para o centro-sul do país, em virtude de crescimento urbano e industrial. Entre 1870 e 1930, entraram no Brasil um número superior a cinco milhões de imigrantes divididos em dois grupos: uma parte foi enviada para o Sul do Brasil, onde se tornaram colonos trabalhando na agricultura;  a maior parte foi enviada para as fazendas de café do Sudeste. Os colonos mandados para o Sul do país foram, majoritariamente, alemães (a partir de 1824, sobretudo da Renânia-Palatinado, Pomerânia, Hamburgo, Vestfália, etc) e italianos (a partir de 1875, sobretudo do Vêneto e da Lombardia).  Para o Sudeste do país chegaram, majoritariamente, italianos (sobretudo do Vêneto, Campânia, Calábria e Lombardia), portugueses (notadamente oriundos da Beira Alta, do Minho e Alto Trás-Os-Montes), espanhóis (sobretudo da Galiza e Andaluzia), japoneses (sobretudo de Honshu e Okinawa) e árabes (do Líbano e da Síria).

Migrações internas:
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte deste terço, e classificam-se basicamente em duas categorias: 
Deslocamento do campo para a cidade: o chamado (êxodo rural) - causado frequentemente pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária.

Migrações regionais: 
Ciclo da mineração; em Minas Gerais, século XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
Fluxo de escravos: do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, século XIX;
Ciclo da borracha: na Amazônia, século XIX e início do século XX, que atraiu pessoas, especialmente do Nordeste;
Construção de Brasília: que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
Desenvolvimento industrial: a partir de 1950, na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.
Recentemente: as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.
A partir de 1980: os fluxos intra-regionais e até intra-estaduais tornaram-se mais significativos, especialmente na região Nordeste, com a consolidação de várias metrópoles ao redor das capitais de cada estado nordestino. Por conta do Brasil já ser um país essencialmente urbano, os fluxos migratórios encontram-se em menor dimensão de décadas passadas, e concentram-se mais na ocupação de espaços com maior dinamismo (em geral cidades médias do interior e algumas capitais, além da fronteira agrícola). Ações sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família também reduzem os fluxos migratórios, ao responder mais rapidamente situações de calamidade pública especialmente em função da seca, que intensificavam os fluxos no passado.

Referências:
revistaescola.abril.com.br
oglobo.globo.com
www.revista.vestibular.uerj.br
almanaque.abril.com.br